sábado, outubro 07, 2006

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Eleições e Reflexões

QUE SEJA DITO... O BRASIL NÃO É SÉRIO!

O Brasil é um país ímpar quando comparado a qualquer outro! Nos primeiros anos da formação escolar, as crianças (aquelas que conseguem estudar) aprendem que sua nação é “gigante pela própria natureza, bela, forte, e o futuro espelha grandeza...” É muito ufanismo para a infância e o hino harmonioso, soa como propaganda enganosa. Os pais desses meninos e meninas deveriam procurar o PROCON e exigir o cumprimento total dos seus direitos de consumidor.

O Brasil Brasileiro pode ser comparado a uma empresa de porte colossal: impávido e colosso! Ele vende, compra, cobra e fornece serviços à sociedade. Uma minoria (Elite) dos consumidores é contemplada com serviços de qualidade. A parte restante (Zé Povinho) fica ao “Deus Dará”. O faturamento da citada “Empresa-Brasil” ocorre na forma de arrecadação de impostos. Vários tributos são injustos, e lembram cascatas progressivas. Outros são necessários à sobrevivência da máquina (dragão ineficiente) empresarial. O cidadão que habita esta terra possui um contrato especial que lhe dá direitos como acionista e cliente no Brasil Brasileiro. Este documento chama-se “Constituição”. Nela, constam as regras comerciais, políticas e de crescimento social, com direitos e deveres iguais para todos. É simples, objetiva e moderna.

Para a perfeita engrenagem, a máquina empresarial (dragão eficiente - formado por pessoas integradas a um espaço físico continental) necessita de uma administração à altura. É necessária a presença de indivíduos competentes! A forma de escolha desses indivíduos é chamada de “Eleição” e o “Voto” (embora com pouca consciência política) é democrático. Todos os sócios (também habitantes) da “Empresa-Nação” podem concorrer aos cargos de maior prestígio, mas, só alguns privilegiados chegam ao poder total. Qual o segredo? Os dirigentes que cansam da ambição momentânea trocam de cargo na “Empresa-Brasil”. É como se os cargos disponíveis tivessem a mesma importância que as calças, cuecas e meias! Diversas vezes, seus herdeiros (familiares) dão seqüência na escala empresarial. Eles se julgam donos absolutos e acionistas majoritários. Vale lembrar que os rios, a costa marítima, o ar, as riquezas minerais (petróleo, ouro, ferro e outros) e a fauna e flora, pertencem a todos os brasileiros nascidos ou naturalizados, como garante o contrato maior: a “Constituição”.

O que se vê é desastroso! Os olhos críticos conseguem perceber que poucos têm seus direitos preservados na “Empresa-Nação”. A grande maioria recebe cotas (mesmo no sucesso empresarial) em forma de salários-mínimos (é uma vergonha!), desemprego, poluição urbana e ambiental, doenças primárias, falta de moradia no campo e cidades, educação deficiente e tantas outras formas de “cotas”, que lembram as antigas senzalas. Algo está errado na forma como se pratica a moderna “Democracia”!

Quem vê algumas filiais da “Empresa-Brasil”, fica boquiaberto! As torres dos prédios são luxuosas; os pisos em mármore e a organização física e empresarial, quase perfeitos. Seus gerentes e diretores têm à sua disposição, motoristas particulares, jatinhos e uma legião de subalternos. Geralmente moram em mansões ou apartamentos de condomínios fechados nas melhores áreas urbanas das cidades brasileiras. Comem e bebem nos melhores restaurantes e não percebem a variação do câmbio, ou mesmo, quando a inflação promete uma guerra de nervos! É estranho... Não acham?

Está na hora dos sócios (o povo brasileiro) da “Empresa-Brasil” (através do “Voto”) solicitarem uma auditoria completa em todos os setores, públicos ou privados, para que as futuras “cotas” que serão destinadas às crianças, que hoje escutam o Hino Nacional Brasileiro, não sejam mal administradas e continuem sendo distribuídas como “esmolas”! Para que serve a Democracia? Talvez como arma dos acionistas lesados!

domingo, outubro 01, 2006

VIDA E FATOS

Consta do relógio 13:40, o seu último contato foi às 6:03 hs. Fatos acontecem ... Cai avião, morrem uns, nascem outros, os políticos anseiam os resultados do dia de amanhã, e olhando para fora vejo que o dia está nublado como a expressar sua solidariedade com aqueles que sofrem. O Sol optou por não aparecer. Melhor assim, as pessoas nos dias assim refletem mais. Esse foi o meu caso. Dei uma olhada nos fatos e nos acontecimentos do dia... e como sempre, infelizmente não tive como evitar alguns, minha pequinez torna-me impotente. Mas, com um certo alento, olhei para mim, para as coisas que estou vivendo e Bingo! felizmente posso evitar algumas e fazer acontecer outras. Minha pequenez torna-me GRANDE. Arregasso as mãos e vou à luta. E numa reflexão ensimesmada concluo: Que não posso e nem devo deixar-me abater tanto com a sua falta...(sem que está cuidando de seus afezeres); Que não posso e nem devo deixar que o medo de te perder vença a ousadia de crer que não há como isso acontecer, pois, tu já es meu para sempre; Não há como perder algo que é só seu. Sou legítima proprietária do que sinto por vc. E, ainda que, por qualquer desatinos do destino tenha que os matar, não justifica o medo, "quebrar a cara" faz parte. E, Ainda que, os mate... não há nada que os tornem inexistentes, pois já fazeram parte inextirpavelmente da minha vida, ainda que uma pequena parte de minha história. Nao há nada de novo em dizer que a viver é sentir, portanto, cada sentimento, cada relação, cada despedida, cada alegria, cada tristeza, cada paixão, cada valor, cada aprendizado, cada tropeço, cada ganho, cada perda.. cada... cada... aderem ao nosso ser de modo a nos tornar cada vez mais idiossincráticos, diante da magnetude da vida. Saindo do plural para o singular, do genérico para o individual, trago para você uma proposta, cujo objeto é fazer com que os eventos futuros, sejam por nós compartilhados com o escopo e a responsabilidade de propiciarmos às nossas vidas mais alegria e leveza. É difícil, mais quem disse que relacionar-se é fácil. Mas, esteja certo não estou propondo nada inexequível. Como lidar com as diferenças, ranhetisses, ciumes, insegurança, passado, humor, insegurança? Acredito que uma boa dose de AMOR, regado com a proposição de que, efetivamente se busca um companheira(o), de antemão já é o suficiente. O resto...vai depender do tanto desse amor e da firmeza dessa proposição.